A arte de criar arte em si

Eu sou alguém que está se recriando, se reescrevendo e se “pintando tudo de novo”.

Às vezes acreditamos que podemos supor quem somos de fato, ou que já sabemos a direção concreta dos nossos caminhos. Nos agarramos a várias ideias e depois temos medo de solta-las quando elas deixam de fazer sentido.

Eu sou alguém que destrói e reconstrói a si mesma diariamente. Alguém que ainda está atualizando a própria mente para entender novas percepções.

Só que para isso, é preciso romper barreiras cheias de certezas, cheia de ego, cheias de mentiras. Para alcançar a “verdade” é preciso estar atento ao presente. Ninguém a tem por inteiro, ela solta algumas faíscas e logo se vai.

Encontramos muitas “verdades” pelo caminho, mas o que ninguém conta é que nenhuma delas será fixa. Elas são como sopros. Você encontra, assopra para o próximo, que assopra para outros adiante.

E depois ela se perde. Se esvazia. Deixa de fazer sentido. Sabe por que? Porque não precisa fazer sentido o tempo todo. Ela é fugaz porque é valiosa, porque é a nossa busca, é a graça.

Existe algo belo no mistério e no desconhecido. Ao mesmo tempo que negamos e rejeitamos por medo, também temos fascínio. Fascínio pelo conhecimento e fascínio pela falta dele. Sempre essa dualidade.

Essa mulher da arte está criando arte em si mesma. É assim que eu faço, é assim que você faz. Você nunca vai ser uma obra completa. Estará sempre, todos os dias, se pintando de novo e de novo. É uma obra em andamento.

Só terá fim se a ignorância vencer. O conhecimento é ilimitado, então o crescimento também é.

A grande ideia é correr pelo labirinto, não só com a obsessão de encontrar um caminho… mas porque estar perdido é um indício de que você está vivendo.

Por: Victória Fawkes